Quando se fala em estilos de abadia, os estilos tripel e dubbel são os mais famosos, quase todas as cervejarias possuem receitas deles. E com a St. Bernardus não poderia ser diferente, uma tripel com todas as características que são peculiares a escola Belga. 
 
A Cervejaria St. Bernardus produziu durante muito tempo os rótulos da Westveleteren, sob licença da abadia de St. Sixtus, essa parceria perdurou por cerca de 60 anos, vindo a se encerrar em 1992, próximo ao momento em que se era criado o selo de “Authentic trappist product”, uma espécie de denominação de origem controlada criado para diferenciar os produtos que eram produzidos por mosteiros trapistas, e que seguiam determinadas regras, como a produção ser feita ou supervisionada por um monge da ordem, todo lucro excedente da produção sendo destinado a entidades de caridade. 
 
Essas mudanças fizeram com que a St. Bernardus passasse a produzir cervejas próprias sob o próprio nome, mas toda a experiência adquirida permaneceu ali, possibilitando que novos rótulos surgissem com toda a qualidade que era empregada na produção da Westeveleteren. 
 
Ela uma cerveja clara, uma blonde beer, como é conhecida por lá, possui uma leve turbidez em função da refermentação na garrafa, o que proporciona uma carbonatação mais alta, e uma boa formação de espuma cremosa, que não persiste muito, em função da graduação alcoólica de 8%, mas não se assuste, o álcool é muito bem inserido na cerveja, não é agressivo. 
 
O buquê de aromas vindo das leveduras belgas é clássico e elegante, notas de banana, panificação, especiarias como pimenta branca e noz moscada, e até um nuance de baunilha podem ser percebidos, esse último de forma mais sútil. 
 
No gole os nuances de aroma se intensificam, com o álcool ficando presente até o aftertaste. Banana, baunilha e damasco retornam novamente. Com o amargor bem equilibrado, suportando toda complexidade do rótulo. 
 
As cervejas de estilo tripel possuem várias possibilidades de harmonização, desde comidas mais picantes e condimentadas até peixes com sabores mais delicados. Em pratos picantes, o amargor mais bojudo ajuda a suavizar a picância, com o teor alcoólico atravessando os condimentos e deixando o palato mais fresco para a próxima garfada, peixes são muito bem acompanhados, pois os condimentos da cerveja se unem muito bem ao prato, dando um suporte e mostrando o verdadeiro sabor do peixe.
 
Embutidos, principalmente os derivados de carne suína, se encaixam de forma quase perfeita com a tripel, a carbonatação e o álcool dão conta da gordura do prato, os condimentos temperam ainda melhor o corte, e o herbal da cerveja refresca a experiência. 
 
A St. Bernardus Tripel, é uma receita exclusiva da cervejaria, e que coroa de forma magnífica essa linha de cervejas, e também é um dos rótulos que fazem parte do livro “1001 cerveja para beber antes de morrer” do editor Adrian Tierney-Jones.
 
Ficha técnica:
 
Fabricante: St. Bernardus Brewery.
Origem: Watou - Bélgica.
Teor Alcoólico (ABV): 8%.
Aparência: Cor dourada, espuma de média formação, cremosa porém, pouco persistente..
Aromas: Notas de banana, baunilha, damasco e especiarias brancas.
Volume: 330ml
 
Estilo: Belgian Trippel.